sábado, 9 de dezembro de 2017

As metáforas podem ser reais

Meu amigo astrônomo,

Há isto que você trouxe para nós de nome Evangelização dos Espíritos. Seus fundamentos foram criados há muito, por um jovem educador do interior de Minas Gerais, o professor Eurípedes Barsanulfo. Em uma sistematização que o professor não registrou em vida, comunicações mediúnicas vieram dar forma a uma pedagogia que leva aquele nome. 

A ideia, pelo o que entendi, é conduzir o Espírito a Deus, de forma que ele enxergue melhor a proposta do Criador na própria vida. Então, enfatizam-se os movimentos da alma que ela traz de outras encarnações, aqueles agora presentes no peito, as forças que no entorno direcionam o espírito. 

Algum dos instrumentos que facilitam este processo é a utilização de metáforas associadas à natureza. Você mostra para a gente como tal planta ou animal buscam fazer isso ou aquilo, e sempre tem uma ideia criativa que associa aquele movimento com um de nossa alma. 

Quando você me deu as primeiras aulas sobre esse método, acolhi com ânimo. O encontro com as pessoas de Sacramento me foi emocionalmente intenso. Voltei como se tivesse recebido mesmo um chamado do professor Eurípedes. 

Tão logo regressei para Fortaleza, tomei como missão aprender homeopatia, medicina que fora praticada por Barsanulfo intensamente. A especialização me fez ver que os homeopatas associam cada remédio com a forma patológica de uma pessoa existir. É como se a pessoa se transformasse em um tipo patológico, para o qual existe um elemento da natureza que casa com ela por inteiro, em características locais, gerais e mentais. Alguns homeopatas sugerem mesmo que, de algum modo, o Criador deixou semeado na matéria-prima do remédio da pessoa (o simillimum) as grandes lições que aquele Espírito deveria aprender para se regenerar. 

Uma homeopata que havia iniciado meu tratamento, na medida em que fui melhorando, perguntou-me: "Já leu o que tem escrito sobre este sal a fim de reconhecer seus caminhos de cura?". 

E assim acaba sendo o jeito do discurso dos homeopatas. Falam, por metonímia, que tal remédio tem estas e aquelas características, reagem assim e daquele jeito, tem tal ou qual temperamento. Traçam a imagem do remédio como se fosse uma pessoa. Veja este exemplo aqui. Isso quer dizer que se uma pessoa é muito parecida com aquela descrição, o remédio dela deve ser aquele. 

O tratamento homeopático, de outro modo, é um caminho de regresso para o equilíbrio. Às vezes rápido, quando a pessoa estava preparada e com a energia vital "forte", às vezes lento, quando a doença tem raízes profundas e a energia vital estava "fraca". 

A descrição dos homeopatas sobre os remédios e as formas doentias de existir (não se pode falar bem em doença) é tão peculiar que cheguei a descrever como a maior tipologia que já havia conhecido na vida. Não se tem um livro de patologia, mas de tipologias, que elas chama de matéria médica. Tipologias baseadas em experimentos (ditos) científicos plausíveis. 

As críticas contra Hahnemann não caem sobre sua metodologia de pesquisa, mas sobre o que a ciência oficial ocidental considera a fraude dos medicamentos, cuja diluição termina no nada.  

Para mim e você, que acreditamos nas sutilezas da matéria rumo ao espírito, essas críticas são estéreis. O que me perturbou, diante das curas que vi descritas nos testemunhos da literatura, bem como na inigualável onda de tratamentos homeopáticos realizadas pelo professor Eurípedes, é como uma terapêutica pode ser tão sistêmica ao ponto de casar ponto por ponto com a forma de existir de uma pessoa. A doença que se instala em alguém tem um correspondente especular em algum lugar da natureza.  Se isso é realmente verdade...

- Por que a forma de alguém existir na Terra, seus caminhos, direções, não poderia haver um correspondente entre os astros?

Já não falo de influência, mas de sincronicidade.

Assuntos para outros posts.  

Nenhum comentário:

Postar um comentário